Vicente, o santo padroeiro com corvos, caído no esquecimento.
São Vicente, santo padroeiro de Lisboa e sua misteriosa história.
Vicente, o santo que tem o título oficial de Santo Patrono da capital portuguesa só vem em segundo lugar nesta função. Bastante atrás do muito popular Santo António.
No entanto, a lenda de São Vicente é parte integrante da história de Lisboa. O barco e os corvos que se diz terem transportado os restos mortais do santo para Lisboa tornaram-se símbolos da cidade.
Um dos monumentos mais imponentes da capital é o mosteiro a ele dedicado: São Vicente Fora dos Muros. Fora das muralhas porque quando foi erguida, Lisboa era apenas uma aldeia no Tejo. O mosteiro também não tinha esta dimensão.
Vicente, um mártir desconhecido
Vicente nasceu em Valência, Espanha, no século III e morreu em 304 em Saragoça, onde foi padre.
Na sequência dos decretos dos imperadores romanos Diocleciano e Maximiano, o Império Romano tentou impedir a propagação da religião católica.
Um obscuro governador de Saragoça fez então Vincent prisioneiro. Mandou torturá-lo de uma forma atroz, para que o padre negasse a sua fé.
No entanto, após uma história incrível, os restos mortais de S. Vicente foram transportados para Sagres, no Algarve, para o cabo que leva o seu nome, Cabo de S. Vicente.
Afonso Henriques, o Conquistador, o primeiro Rei de Portugal, escolheu Vicente para estabelecer o seu poder em Lisboa. E decidiu que os restos mortais do santo fossem repatriados para a capital do reino.
Diz-se que o navio que transportou os restos mortais do mártir foi transportado por dois corvos, um na proa e o outro na popa.
No dia 16 de Setembro de 1173, os restos mortais do santo foram transportados para a igreja de Santa Maria Maior, a SÉ (Catedral), onde ainda se encontram.
Tornou-se então Santo Padroeiro de Lisboa.
Corvos para companheiros
No que respeita ao esquecimento em que o padre caiu, são dadas várias explicações. Sem dúvida, foi rapidamente preferido a Santo António, santo casamenteiro, protector, luminoso e de tempos mais recentes.
São Vicente é celebrado no Inverno, enquanto Santo António leva consigo as promessas de um belo Verão.
A história, grande ou pequena, fez de São Vicente um ser sombrio sobre o qual pouco se sabe realmente.
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Um pássaro enigmático, astuto e inteligente.
A associação com os corvos pode parecer estranha. O pássaro preto e necrófago não ajuda muito a interessar-se pelo Vincent. Mais uma vez, há muito a dizer a esse respeito.
Para dizer a verdade, os corvos nem sempre tinham esta imagem de negritude e portadores dos mortos. A civilização moçárabe – que ocupou Espanha e Portugal e marcou o destino da Península Ibérica durante muito tempo – chegou mesmo a considerá-lo um mensageiro de bom presságio.
Nas pegadas de Vicente
Nem a ausência de festividades relacionadas com o santo, nem a pouca representação do mártir podem fazer esquecer as lendas.
Além disso, ele está mais presente do que pensamos.
Assim, por exemplo, basta olhar para cima: os corvos são encontrados em postes de iluminação, num casaco de porta. Ou, pelo contrário, baixá-los: a caravela nas tampas de esgoto, as pedras de calçada pretas e brancas e as suas velas de corvo.
Uma das poucas representações do mártir na cidade é a sua estátua em Portas do Sol.
Vicente traz uma camada extra de mistério para Lisboa.