Castelo de Vide, uma cidade estratégica
Um tesouro chamado Castelo de Vide
Castelo de Vide está empoleirado num promontório não muito longe da fronteira espanhola. Uma posição estratégica que lhe pode ter dado o seu nome.
De facto, ” vide” significa ver, vendo…. Mas em www.lisbonne-affinités.com não vamos especular sobre a origem exacta deste nome
O Castelo pode ser visto de todo o lado e de longe: o suficiente para impressionar o inimigo quem quer que ele seja.
Castelo de Vide estava bem situado na estrada romana para Mérida, a capital imperial da Península Ibérica. No entanto, não há restos convincentes.
As origens medievais da bela cidade de Castelo de Vide são também pouco claras. Foi duramente disputada pelos dois filhos do rei Afonso III.
A sua localização privilegiada levou subsequentemente a que Castelo de Vide fosse altamente cobiçada.
A história da vila é também marcada pela importante “comunidade judaica” que aí existia.
http://www.lisbonne-affinités.com pôde visitar a cidade graças ao município https://www.cm-castelo-vide.pt/ e ao festival Terras Sem Sombras https://terrassemsombra.pt/
Uma importante “judária
A palavra judária em português não tem o significado negativo de “gueto”. É simplesmente o bairro judeu.
A de Castelo de Vide está situada dentro das muralhas medievais e caracteriza-se pelas suas ruas estreitas de calçada e casas baixas com arcos de pedra ogivais
O bairro era bastante grande. Isto deveu-se à proximidade do reino castelhano.
De facto, em 1492, os reis católicos de Espanha, Fernando e Isabel, decidiram expulsar os judeus do seu território.
Encontraram refúgio, durante algum tempo, no reino português. A sua presença em Castelo de Vide é atestada desde o século XIV.
Os judeus eram famosos pelo seu domínio do artesanato, como a ourivesaria e a ferragem. Eram homens cultos e sabiam botânica, medicina, astronomia e física.
Os judeus contribuíram muito para a fortuna portuguesa graças ao seus conhecimentos científicos.
A antiga sinagoga – provavelmente a segunda construída na vila – tem sido objecto de meticulosas escavações arqueológicas. Foi cuidadosamente restaurada.
Acolhe um museu que lhe permite retraçar parte da misteriosa história da “judaria” de Castelo de Vide.
O gabinete de turismo fornece toda a informação e oferece visitas guiadas https://castelodevide.pt/2028/sinagoga
Castelo de Vide faz parte da rede do judaísmo português. O website https://www.redejudiariasportugal.com/ fornece informações valiosas
Fontes, castanheiros e antas
Castelo de Vide parece um navio a pousar sobre as rochas. A bonita vila pode ser vista ao passear pelas ruas calcetadas que seguem o traçado medieval e conduzem ao castelo.
Empoleirado numa extremidade, ainda contém casas que ainda são habitadas.
No outro extremo, pode ser visto, Marvão também uma vila fortificada que parece ser o irmã gémea de Castelo de Vide.
O PR3 – Pequeno rota de caminhadas permite ir até Marvão. Um caminho histórico que liga os dois pontos de defesa estratégica contra os antigos invasores hispânicos.
Marvão está empoleirado a uma altitude de 800 metros, pelo que a caminhada requer um pouco de resistência.
Há muitas outras rotas que podem ser realizadas, tais como a rota do castanheiro.
Ou a rota das fontes.
Castelo de Vide tem vários destes, a começar pela notável Fonte da Vila. Está localizado no coração da cidade, como o seu nome sugere. A sua forma curiosa de um pequeno templo atrai pessoas, assim como os leões de mármore da Fonte da Mealhada ou os golfinhos da Fonte de Martinho.
Belas obras dos séculos XVII e XVIII.
Um passado megalítico que deixou a sua marca.
A região de Castelo de Vide está repleta de numerosos vestígios arqueológicos que datam de 150.000 anos antes da nossa era.
O impressionante menir de Meada é imperdível. É o mais alto da Península Ibérica: 7 metros de altura. Fica no campo, perto da aldeia de Santa Maria da Devesa.
A anta de Pero de Alva no mesmo município, a anta de Sobral em São João Baptista ou o grupo de antas de Coureleiros em Santiago Maior são alguns dos exemplos notáveis deixados pelos povos caçadores-colectores que viveram na região.
Depois foi a vez de os romanos se instalarem. As ruínas da cidade de Ammaia, no concelho de Marvão, são imperdíveis.
As aves de Castelo
A planície que rodeia Castelo de Vide é um lugar notável para a observação de aves.
A Câmara Municipal fornece um folheto explicativo sobre as aves que podem ser encontradas na área. Foi feito por Gonçalo Elias.
As fotografias são de Diniz
Cortes de http://www.wildscape.pt
Em relação a natureza, Castelo de Vide está localizada perto do Parque Natural de São Mamede, que oferece uma grande variedade de actividades https://natural.pt/protected-areas/parque-natural-serra-sao-mamede?locale=en
Também se pode ir à barragem de Povoa e Meada, a cerca de 11 km de Castelo de Vide. Uma pausa refrescante.
Castelo de vide informado
Onde comer?
Pirolito
O Pirolito é um pequeno, simples e bem gerido restaurante “vinho e petiscos”.
Os petiscos são pequenos pratos sem muita preparação mas cuidadosamente preparados.
Lanches que vão desde uma pequena salada de feijão de atum, pica-pau de porco, bacalhau dourado e, claro, a omelete espanhola. Torradas e sopas podem ajudar a matar a fome
Bom serviço e simpatia. Central
Rua Almeida Sarzedas, nº 20 r/c
Tel 925619 748
https://www.facebook.com/Pirolito-587565394948214
Onde dormir
Casa Amarela
Um hotel de charme no coração da vila, num edifício do século XVIII com uma fachada pintada de amarelo, daí o nome.
Remodelado no final do século XX, o alojamento turístico oferece todo o conforto mas manteve o seu encanto antiquado: decoração clássica, mobiliário em madeira escura e roupa de cama bordada
Os quartos têm ar condicionado.
O edifício é um monumento nacional classificado.
Somente alguns quartos e um pequeno-almoço extraordinário onde não faltam doces nem bolos, sem esquecer queijos e charcutarias típicas da região.
Uma mesa muito agradável.
Praça de D. Pedro V, 11, 7320-101 Castelo de Vide, Portugal
casaamarela@gmail.com
+ 351 245 905 878
Guloseima
Não deixe Castelo de Vide sem provar a boleima. Este bolo tem provavelmente origem judaica, uma vez que é feito com pão ázimo.
Há uma versão simples com açúcar e uma versão rica com maçã e canela.
Desfrute-o no terraço de um dos cafés no centro da cidade!
Terras Sem Sombra
O festival Terras Sem Sombra realiza-se todos os anos entre Fevereiro e Setembro (excepto Agosto).
Em um ou dois fins de semana por mês, o TSS oferece-nos uma imersão no verdadeiro Alentejo. O festival tem três temas principais em parceria com os municípios: património e cultura, biodiversidade e música erudita.
Terras Sem Sombras proporciona assim a possibilidade de fazer interessantes descobertas
Combina música erudita, património local e a riqueza da natureza durante os fins-de-semana dedicados a uma cidade ou aldeia no Alentejo.
Em parceria com os municípios, o festival itinerante vai ao encontro dos lugares da cultura, da história e das pessoas.
Os participantes podem acompanhar os três momentos altos de cada festival, e participar nas visitas e provas.
É uma experiência cultural e musical, rica em diversidade e convivialidade.
O Festival conta com a colaboração de países estrangeiros para a música dos fins-de-semana temáticos.
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